dimanche 12 novembre 2023

Efemérides .... que fazem mal !

 


Yosef Weitz do Fundo Nacional Judaico. Diário, 1940.
1°- "Não vamos contar uma história para nós mesmos... "
Politicamente, nós somos os agressores e eles defendem-se...

O país é deles, porque eles moram cá, enquanto nós queremos vir aqui e colonizar, e do ponto de vista deles, queremos assumir o controle do país deles". Discurso de David Ben-Gurion em 1938, citado em Simha Flapan, "Sionism and the Palestinians.

2°- O Rabino Fischmann, membro da Agência Judaica para a Palestina,
no seu depoimento perante a Comissão de Inquérito da ONU em 1947:
"Entre nós deve ficar claro que não há lugar para dois povos neste país...
Não há outra solução senão transferir os árabes para os países vizinhos, transferi-los todos; nem uma aldeia, nem uma tribo deve permanecer."

3°- Yitzhak Rabin, versão censurada das memórias de Rabin vazada, publicada no New York Times em 23 de Outubro de 1979.
"É dever dos líderes israelenses explicar à opinião pública, de forma clara e corajosa, um certo número de factos que foram esquecidos. A primeira é que não há sionismo, colonização ou Estado judeu sem a expulsão dos árabes e a expropriação das suas terras.

4°- New York Times, 1 de Abril de 1988. "Devemos matar todos os palestinianos, a menos que se resignem a viver aqui como escravos." Presidente Heilbrun, do comité para a reeleição do General Shlomo Lahat como prefeito de Tel Aviv.

5°- Os Acordos de Oslo são muito importantes para os palestinos, pois são o único documento de acordo oficial que possuem.
Temos outro documento, um documento muito mais antigo... a Bíblia."
Ariel Sharon falando em uma conferência em Washington, 8 de Maio de 1998.

6°- Moshe Shertok [Sharett], Ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, numa carta a Goldmann, 15 de Junho de 1948.
"Devemos preparar-nos para partir para a ofensiva. O nosso objectivo é esmagar o Líbano, a Transjordânia e a Síria.
O ponto fraco é o Líbano, porque o regime muçulmano é artificial e fácil de desestabilizar. Estabeleceremos ali um estado cristão e depois atacaremos a Legião Árabe, eliminaremos a Transjordânia;
A Síria retornará para nós. Depois bombardearemos, avançaremos e tomaremos Port Said, Alexandria e Sinai."

David Ben-Gurion, Maio de 1948, no Estado-Maior: "A Terra Prometida se estende do Nilo ao Eufrates".




mardi 15 novembre 2016

A CHINA E A EUROPA


Escrevi algumas passagens no meu livro de « Memorias », a China sempre me impressionou. Mas não fui só eu, porque me recordo que durante muitos anos, quando alguém falava da multidão asiática, chamavam-lhe o “Perigo Amarelo”.

Entretanto, as coisas mudaram. Quando o ministro francês Alain de Peyrefitte escreveu o seu livro premonitório “Quando a China acordar, o mundo tremerá”, apressei-me de o ler. Não sabia ainda que um dia conheceria muito bem este país e que lá iria bastantes vezes.

Os Chineses tiveram sempre uma opinião particular sobre os Europeus. Desde os tempos de Marco Pólo e depois os Portugueses, que foram os primeiros a abordar a China sob o plano comercial e cultural. E mesmo militar, porque foi a eles que o Imperador pediu de “limpar” o Mar da China da pirataria, que os nossos compatriotas executaram muito bem graças às caravelas e a uma arma desconhecida na época – o canhão. Macau foi a recompensa.

Quando dirigi a presença da minha firma na grande Exposição Industrial Francesa de Pequim, em 1964, tinha notado que os Chineses tinham um sentimento especial para a França, porque conheciam a história de dois grandes chefes da Revolução Comunista Chinesa, Zhou Enlai et Deng Xiaoping, que fizeram os seus estudos em França.

O General De Gaulle foi talvez o mais importante aliado diplomático do presidente Mao . E não foi por acaso que a França foi o primeiro grande país ocidental a estabelecer relações diplomáticas com a Republica Popular de China.

O presidente Mao chamou a De Gaulle o “seu amigo longínquo” e tinha pedido a André Malraux, um dia que este o visitou em Pequim, de transmitir os “seus cumprimentos ao seu amigo longínquo”, De Gaulle.

Os Chineses continuam a partir para o Ocidente para estudar. Hoje, 33% dos Chineses optam pela Europa e 27% pelos Estados Unidos.

Mas os Chineses parecem hoje desorientados, desde a saída do RU da Europa, o Brexit. Na realidade não compreendem bem. A China prefere tratar com um grande aparelho burocrático que com 27 pequenos aparelhos mais pequenos mas também burocráticos.

Mesmo se o resto da Europa, sem o RU, ainda é uma potência importante, na qual vivem 500 milhões, menos 64 milhões de britânicos, que pesa 10 000 biliões de $ de PIB (menos 3.000 biliões do RU), sobretudo sabendo-se que o RU não pertence à Zona Euro, nem a Shengen.

Mas a Grande Europa perdeu o seu charme junto das classes médias europeias e do povo em geral. A elite europeia não tem mais uma linguagem comum com o povo.

Os Chineses neste momento perguntam a eles mesmos se finalmente, a Europa não vai desagregar-se como a União Soviética.

O que contraria imenso o seu sonho de ver uma Europa, com a China, num mundo multipolar, para acabar com a dominação do Mundo por um país hegemónico como os Estados Unidos.

Trump vai certamente baralhar as cartas . Não sabemos como as distribuirá.